sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Luize Altenholfen e o Pitbull

     

   Após quase um ano, volto a postar depois do episódio da agressão ao pitbull da modelo Luize Altenhofen, por um vizinho. Pela experiência que tenho com cachorros agressivos acredito que, pela ausência de ferimentos de mordedura no vizinho, não houve ataque do cão. A pessoa, com medo até justificável, resolveu agredir o cachorro, para prevenir um possível ataque, com uma barra de ferro. Porém se o cão estivesse em estado agressivo, duvido que a barra de ferro iria proteger a pessoa. A velocidade de um ataque rasteiro do pitbull iria resultar em um ferimento no vizinho, antes mesmo dele erguer a barra.
   Difícil dizer se o ataque foi covarde, pois um pai daria a vida por seu filho e sua reação é imprevisível. Somente a consciência dele tem essa resposta. O que não é justificável é cometer um erro para reparar outro. Com raças grandes e fortes não podem haver descuidos e a modelo ao permitir que o pitbull saia da casa "para fazer xixi" ela colocou em risco, pessoas ou outro animal que pudesse estar passando pelo local, neste momento.
   Pitbulls e outras raças poderosas podem ser extremamente dóceis com humanos, mas não tolerar outros cachorros, especialmente os machos, nesse caso temos um animal violento e forte, quase impossível de ser controlado,
   Por isso, como sempre oriento os donos de raças fortes, o treinamento e o controle desses cães é primordial para evitar acidentes. Nesse caso em particular, a vítima foi o cão e os humanos envolvidos, os responsáveis. O ataque, covarde ou não, do vizinho foi gerado por um descuido da modelo que afirma que a filha abriu o portão eletronico, permitindo a saída do cachorro. Mas normalmente, esse descuido causa acidentes em pessoas ou outros animais.
   A falta de informação, o medo que a mídia espalha especialmente sobre os pitbulls, gera comportamentos irracionais das pessoas que se encontram em uma situação como essa. Um cachorro em atitude agressiva, jamais deve ser enfrentado, principalmente se a pessoa tem a possibilidade de sair do ambiente onde o cachorro se encontra. Esse vizinho correu um enorme risco de se ferir seriamente, caso o cão realmente estivesse atacando.
   Vamos aos fatos, ninguém anda carregando uma barra de ferro. Se a pessoa teve tempo de ir pegar esse objeto, também teve tempo de entrar e fechar o portão, protegendo-se definitivamente do cão. E o pior, se estivesse acompanhado do filho, a primeira reação seria de protegê-lo e depois atacar um pitbull de 30 kgs, que poderia colocar a criança em risco. Como
não estava lá e não vi a cena, não vou avaliar o comportamento da pessoa pois, como já disse, a consciência dele é sua verdade.
   Para terminar, gostaria de dizer as pessoas que leem o blog e que possuem cães de raças poderosas que treinem e controlem seus cães. Eles, outros cães e até mesmos pessoas podem ser vítimas de situações causadas por pequenos descuidos que poderiam ser evitados se a obediência básica, principalmente do comando "fica", fosse devidamente ensinado aos seus companheiros. 

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Dica de Passeio: Guia Umbilical

Mãos livres e comando total



Muita gente reclama que seu cão "puxa" durante o passeio, esse é um dos problemas mais comuns em cachorros ansiosos, hiperativos e sem liderança. Para corrigir esse problema existem várias técnicas que se repetidas com frequencia irão trazer ótimos resultados e muito mais prazer ao passear com seu amigo.

Guia umbilical

Esta é uma dica de fácil execução e que rapidamente trará efeitos em seus passeios diários. Utilize uma guia de pelo menos 1,8m e um enforcador de fita (evite os metálicos). Passe a extremidade da guia por dentro da alça criando uma especie de laço ou cinto e coloque esse "cinto"em sua cintura, depois coloque o enforcador no cachorro e o atache na ponta da guia, como na figura.

Não se esqueça de ter a mão alguns petiscos que seu amigo goste, tipo biscoitinhos, snacks, etc. Ainda dentro de casa, inicie os exercicios da seguinte forma: ande em pequenos espaços mudando a trajetória abruptamente e diga algo como "junto" ou "vamos" até que ele entenda que vc vai mudar direção logo após dizer essa palavra. Recompense imediatamente com um snack cada vez que ele mudar  para a direção certa que vc escolheu.

Ao cruzar o portão, não permita que ele o faça antes de você. Os líderes sempre saem primeiro e assegure-se que você só irá sair quando o cão estiver calmo e parado aguardando seu comando. Recompense-o imediatamente após cumprir essa tarefa. Ao andar na rua procure não conversar com o cachorro, para não distraí-lo da palavra chave que vai usar (junto ou vamos, por ex.). 

Durante o passeio fique atento ao comportamento do cão, se ele andar na sua frente ou começar a puxar de lado, diga a palavra e mude a direção. Caso não ocorra o tranco e ele mudar de direção ao ouvir seu comando recompense-o imediatamente com o snack e faça um carinho como elogio.

Depois que ele estiver craque nesse comando, comece o exercicio de parar por alguns segundos durante a caminhada. Use outra palavra chave como "pare" ou "stop". Seu objetivo é fazê-lo parar calmamente e se sentar, prestando atenção em você. Feito isso, recompense-o novamente e elogie sempre.

Esta técnica lhe porporcionará mais comando e respeito, além do mais você não fará tanta força e nem irá arrumar calos nas mãos, por ter que ficar segurando as investidas do cão

Bom passeio a todos.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Seu cão é humanizado?


Só falta falar!


 Os cães estão mais humanos. Demasiadamente humanos. Com roupas e nomes de gente, vão à creche de perua escolar, passeiam no shopping, fazem sessões de spa. De melhores amigos foram promovidos a filhos.
      Não é preciso ir mais longe: sobram evidências para o que os especialistas chamam de antropomorfismo ou humanização -atribuir aos bichos características e sentimentos humanos.
     As hipóteses para explicar o fenômeno são muitas. A configuração da família está mudando. Cresce o número de pessoas sozinhas e com dificuldade de se relacionar. O contato com animais de estimação tem a mesma função do contato interpessoal: suprir carências afetivas.
      Um cão não reclama se você chegar tarde e sempre está disposto a dar uma volta. Existe até uma piada dizendo que seu cachorro te ama mais que sua esposa, basta trancar os dois por uma hora no porta malas do carro e, quando abrir, quem vai ficar feliz em te ver?

AMOR INCONDICIONAL

      Todo esse processo de humanização, onde a pessoa esquece o lado cachorro do companheiro canino, adornando-os com roupas, sapatos, perfumes e acessórios que criam desconforto e incomodo aos animais, com o objetivo estético de mostrar aos demais humanos que seu bebê cachorro é paparicado, quando na verdade é um individuo estressado e provavelmente infeliz.
      Pessoas que quando perdem seus cachorros por doenças, idade ou acidentes, sofrem intensamente, como se perdessem um filho ou alguém muito próximo da família. Claro que este amor incondicional, quando recíproco, cria um vínculo tão estreito que a dor da perda é inevitável, mesmo no caso de animais que viveram mais de 14 anos, a idade média da maioria das raças.
      A parceria homem/cão já tem mais de 10 mil anos. Eles fazem parte da nossa vida, mas nas últimas décadas os humanos extrapolaram o conceito de parceria e passaram a ignorar o lado canino, valorizando mais o lado humano e artificial dos cachorros. E, para quem trabalha com comportamento canino, são esses cãezinhos os mais estressados, chatos e difíceis de reabilitar.
      Pessoas que possuem cães de raças tranqüilas, como Goldens e Labradores, mas que devido a tanta humanização, tiveram experiências de agressividade, compulsão e obsessão comportamental, levando a acidentes e mordidas que, na maioria dos casos, os culpados são os donos.
       O principal erro que um proprietário, principalmente de raças grandes ou fortes, pode cometer é fazer de seus cães seres humanos. Nós tendemos a olhar para os nossos companheiros caninos como seres humanos pequenos. Quando, na realidade, eles são cães e possuem um processo comportamental muito diferente. 
      Compaixão, piedade, pena entre outros sentimentos é o que diferencia o homem de outras espécies. 
      Nas matilhas (a família original dos nossos cães), deve haver uma ordem específica, do líder ao seguidor todo mundo tem um lugar. Os líderes são a força da matilha. Os seguidores precisam do líder para orientá-los. O cachorro tem um instinto para testar constantemente o ser (canino ou humano) acima deles, e outro instinto de serem testados pelos seres abaixo deles hierarquicamente.
      O instinto natural do cão lhe diz que se não houver um ser forte no comando sua vida, a vida dele e do resto de sua matilha estará em jogo. Esse instinto primal mantém a matilha ou o cão indivíduo seguro e feliz, ou o levará a se tornar o líder do grupo social que integra. Aí começam os problemas

AGRESSIVIDADE CAUSADA PELA HUMANIZAÇÃO

      Voltando para a humanização dos cães. Quando você pensa neles como filhos, não como cachorros, você não aprende a sua língua, comportamentos e necessidades. Se você não entender o comportamento do cão, como você pode reconhecer agressão do cão? Pior que isso, você não é capaz de lidar com o problema e estará mais propenso a ignorá-lo, negá-lo e, finalmente, se arrepender.

      Um segundo problema são pessoas bem-intencionadas tentando fornecer soluções. Há um grande número de grupos de resgate, abrigos e pessoas que cuidam cujo mantra é "Save the Dog", e por isso somos gratos. Mas um grande número dessas pessoas é na grande maioria voluntário, sem as ferramentas ou treinamento para reconhecer as diversas formas de agressão. 

      Nesse contexto, aos novos proprietários não terão condições de revelar o comportamento agressivo do cão, porque, muitas vezes, só querem encontrar uma outra casa, ou seja um lugar e não uma pessoa para o cão.

      Existem outros problemas - a criação ruim e cães reprodutores para  combate em rinhas. Estes cães, muitas vezes acabam na população em geral. Há o que chamo de "cães de quintal" que são confinados a um quintal ou garagem  sem socialização ou treinamento. Eles se tornam super-territoriais e passam os dias latindo para os vizinhos e transeuntes. Quando eles saem, eles mordem.

      Falta de treinamento também é um grande problema. Começar a treiná-los desde filhote pode ajudar a prevenir o comportamento agressivo ou modificá-lo antes que os problemas se tornam hábitos

      Há sempre sinais de agressão. Sempre. Rosnados, mostrando os dentes, latindo, orelhas para trás, pelo eriçado rabo erguido e finalmente mordendo de maneira agressiva , sãso sinais claros que o cão pode ser identificado como agressivo. No início, os proprietários tendem a se desculpar, dizendo coisas como: “Ele só rosna, nunca morde”. Mas o dia virá se os sinais são ignorados.

      Alguns podem pensar que seus cães são como crianças, mas eles não são. Eles nunca serão. Vamos reconhecer isso, e então talvez possamos começar a reduzir o número escandaloso de crianças e adultos, bem como, que estão traumatizados, mutilados e feridos a cada ano pelo cão da família.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Como se defender de um ataque de cão agressivo?


Prevenir é melhor que sacrificar
         A melhor maneira de se defender de um ataque é preveni-lo. Inicialmente falaremos sobre como identificar um cão agressivo, evitando comportamentos que possam levar o animal a iniciar um ataque.

Cães treinados por profissionais:
         Se o cão é treinado para defesa pessoal, um cão policial ou e é um bom exemplar de uma raça de guarda, eu sinto informar, mas você tem poucas opções. Nesse caso, sua melhor chance de sobreviver é ficar absolutamente imóvel.
          Se tentar lutar contra um cão treinado, você vai perder. Ele é rápido o suficiente para mordê-lo duas ou três vezes antes mesmo de perceber onde foi ferido. E por aí ...acabou.
          Correr não é uma opção. Dificilmente você conseguirá consegue fugir de um cão, mesmo um grande ou pesado como um Rottweiler.
          Procure permanecer imóvel, relaxado e mantendo os braços cruzados sem se mover. Cães treinados profissionalmente para ataque normalmente perseguem quem representa ameaça para ele ou para o condutor. Portanto é fundamental não tomar nenhuma postura agressiva, pois poderá evitar um ataque desnecessário. Se o cão profissional começar a latir (você deu muita sorte), estará dando um alerta de intruso ao condutor, mantenha-se calmo, não o encare diretamente nos olhos e provavelmente irá te cercar ou acuar até que o condutor chegue e decida o que fazer com sua vida. 

Se o cão não é treinado profissionalmente
           Uma boa regra de comportamento é para tentar evitar qualquer cão estranho é nunca surpreendê-lo. Esta regra aplica-se sempre, se o cão está dormindo, comendo ou mastigando alguma coisa, jamais o assuste. Outro caso especial são cadelas na companhia de seus bebês, em seu próprio território, pois estarão em um modo de proteção. Tenha muito cuidado com esses cães. Eles não estão brincando.
           Não ignore um aviso dado por um cão, um latido ou sua linguagem corporal. Se um cão, na rua ou em algum espaço aberto lhe abordar, não vire as costas nem tente fugir correndo. O Instinto natural de um cão será de perseguir e pegar você. Em vez disso, procure permanecer imóvel, relaxado e mantenha os braços cruzados. Além disso, tente não demonstrar qualquer receio. Os cães podem sentir o cheiro do seu medo, assim como eles podem sentir a falta de medo.
            Contato direto com os olhos também é uma má idéia. Assim como com um contato olho humano, pode ser interpretado como um desafio. Por outro lado, se você olhar para baixo, pode ser interpretado como uma atitude submissa. Às vezes isto é exatamente o que é necessário para se evitar um embate, mas se o cão duvida da submissão, este movimento dos olhos pode ser interpretado como um sinal de fraqueza e medo e o cão poderá atacar. Mantenha a calma sempre.
             Se um cão se aproxima de uma forma não-agressiva, você pode permitir a abordagem deixá-lo cheirar. Isso pode ter um efeito calmante. Você se torna menos ameaçador. O mais importante com cães de raças grandes: NÃO FALE, NÃO TOQUE E NÃO O ENCARE. Tente manter-se relaxado e não tornar-se excessivamente submisso ou desafiador. Sua atitude também é importante. Não sorria, uma vez que é visto como "desnudamento dos dentes" e um convite para lutar, dessa forma o cão pode até perder o interesse em você e seguir em frente.
            Se você estiver no quintal de alguém ou perto de uma casa (zona de proteção de um cão), você também pode chamar o proprietário para obter assistência. Isso pode funcionar, mas os cães maus muitas vezes têm proprietários ruins. 

E o que fazer se estiver andando na rua e vir um ataque acontecendo? Como tirar um cachorro de cima de uma pessoa? 
           A melhor de todas as opções é usar um extintor de incêndio. Se você estiver na rua, provavelmente haverá algum carro que poderá te emprestar o extintor. Se não tiver o extintor, vale tentar fazer muito barulho, jogar água ou qualquer coisa que possa distrair o cão. Não tente partir para cima da briga, nem bater no cachorro com um pau ou qualquer outra coisa. Na grande maioria das vezes o cachorro que já está empolgado com a briga pode voltar toda agressividade dele pra cima de quem está tentando impedi-lo de brigar.

A PARTE BOA ACABOU.
          Nada do que foi dito acima funcionou e agora o cachorro grande e bravo está vindo para cima de você. O que fazer?
           Se você puder, dê ao cão algo (que funcione como um escudo ou algo para morder) que fique entre você e ele, como uma jaqueta, blusa, jornal, ou mesmo uma bicicleta. Se você não tem nada a oferecer, você terá que dar-lhe um dos braços, de preferência com sua camisa em torno dele como proteção.  
          Quando  o cão morder procure segurar o seu braço para que os dentes cravem na pele do antebraço ou punho, neste caso, ao não tentar tirar o braço da boca do cão restaram perfurações, mas não irá rasgar a pele ou cortar as artérias no interior do antebraço ou punho. Se um cão estiver em cima de você ou qualquer outra pessoa, a pior coisa a fazer é tentar puxar a parte do corpo do infeliz para fora da boca do cão. Você vai causar muito mais dano, desnecessariamente, pelo seu esforço.
          Se o cão pula em você ou você lhe joga no chão, tente manter a calma. Também permaneça tão imóvel quanto possível. Não faça nada que possa provocar ou instigar outra ação para que o ataque continue. Se o ataque continuar, é aconselhável ficar em uma posição fetal com as mãos sobre a nuca e proteger a sua garganta. Esta atitude passiva e submissa tem tudo para acabar com o ataque.
Se você for dono de um cão agressivo, procure ajuda o mais rápido possível
Seja um proprietário responsável e consulte os serviços de um especialista em comportamento. 

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

De Pitt Bulls a Léo Jaime: A polêmica da raça continua...


Multi Mídia Léo Jaime é Cantor, Comentarista Esportivo,
Membro do Saia Justa, Humorista, Jornalista, etc,,


Meus amigos sempre me criticam por defender os Pitt Bulls. Quando eu digo que são dóceis, companheiros, inteligentes e sociáveis parece que estou recitando versos satânicos. Quem cria Pitt bulls de maneira séria, responsável e social sabe do que estou falando. É, indiscutivelmente, uma das raças mais interativas e cativantes que conheço, apesar de não possuir um.
Esses dias eu li no Blog Comportamento da GNT, um texto do Leo Jaime falando sobre Pit Bulls e o lado animal das pessoas  http://gnt.globo.com/comportamento/leo-jaime/O-nosso-lado-animal.shtml .
O Leo Jaime sintetiza muito bem a opinião publica brasileira a respeito de um assunto complexo, explorado com avidez pela mídia (séria ou sensacionalista) como um tabu.
Atropelamentos matam 25 mil pessoas por ano no Brasil, picadas de cobra matam mil pessoas por ano no Brasil, raios matam 250 pessoas por ano no Brasil e ataques de cães? Em 2009 foram, infelizmente, 19 pessoas que perderam a vida por ataques caninos e espero que esses crimes não passem impunes, pois a imprudência, negligência ou imperícia do proprietário do cão deve ser punida com o mesmo rigor que um crime praticado de forma culposa ou dolosa contra vida. Mas os Pit Bulls não são os reais assassinos.
A fama  é das piores mesmo quando o cachorro em questão nem seja um exemplar da raça, todos são Pitt Bulls para a mídia e também para os deputados e senadores que insistem em fazer projetos de lei para banir esses cães.
Tem certeza que é um Pitt Bull?
O Senador Walter Pereira, autor de um desses projetos, disse em entrevista a Isto É, que a mordida do Pitt Bul ultrapassa os 2000 Kg/f , por isso (e outros pitorescos argumentos do tipo) a lei proibiria a criação e a importação desse tipo de cão no território brasileiro. Por falta de conhecimento técnico o político ignora  que nem mesmo um Tiranossauro Rex teria esse poder todo em sua mordedura. 
O mesmo senador também não soube distinguir com exatidão, dentre cinco fotos apresentadas, qual era um Pitt Bull,  (As outras raças nas fotos eram: American Staffordshire, Dogo Argentino, Cane Corso e Bulldog americano).  Depois do vexame da entrevista, o projeto foi alterado e dezessete raças foram incluídas no projeto de lei, tais como: Rottweiler, Fila, Pastor Alemão, Mastino Napolitano, Dobermann, Pitbull, Schnauzer Gigante, Akita, Boxer, Bullmastiff, Cane Corso, Dogo Argentino, Dogue de Bordeaux, Grande Pirineus, Komondor, Kuvaz e Mastiff . Ou seja, piorou ainda mais.
Se banirmos todas essas raças ainda existiriam pelo menos mais 10 potencialmente mortais, entre elas o cão mais poderoso do mundo o Kangal Dog que pode chegar a pesar 110 kg e uma mordedura de 400 kg/f. Num estado policial e controlador como o nosso é muito mais simples proibir do que responsabilizar. 


HUMANOS CRIAM CÃES AGRESSIVOS
Culpar uma raça específica expressa apenas o simplismo característico da mídia política brasileira. Acabem hoje com os Pitt Bulls e novas raças surgirão para tomar seu lugar nas rinhas ilegais que infestam o país. As pessoas devem ser punidas e a posse responsável um dever dos donos. Existem muitas maneiras de se controlar e punir as pessoas, mas os cães são os menos culpados.
O PROJETO DE LEI N° 121, DE 1999 de autoria do falecido Deputado Cunha Bueno, único projeto sério e coerente para a cinofilia nacional já foi arquivado definitivamente, uma vez que nossos deputados e senadores não tiveram a competência de discutí-la adequadamente. Quem sofre com essas asneiras (me perdoem os asnos) políticas são os criadores sérios. Os de fundo de quintal não são e nunca serão fiscalizados pelo Poder Público, proliferando não só pitt bulls, mas uma centena de raças grandes, médias e pequenas que na grande maioria lotam os abrigos canis, esperando por uma eutanásia.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Adoção X Compra e os chatos Politicamente Corretos



O Post "ME PERDOEM OS VIRAS LATAS MAS RAÇA É FUNDAMENTAL (PARA OS INEXPERIENTES)" que publiquei em janeiro do ano passado tem rendido comentários até hoje, alguns desejando até que eu seja mordido por meus cães de "raça". Quem leu o que escrevi até o fim provavelmente entendeu que existem diferenças entre as necessidades e expectativas na posse responsável de um cão. Quem só leu o título me julga um nazista da cinofilia.

Mas aqui no Brasil é assim mesmo, muitas pessoas preferem não pensar pois é muito mais fácil repetir o pensamento midiático do politicamente correto. Quando um artista da Globo vai ao Faustão e se diz protetor de animais, que cachorro não deve ser comprado e sim adotado, automaticamente o pensamento dele vira um padrão geral de comportamento politicamente correto e quem não compartilha daquela opinião se torna um pária da sociedade.

Repito que adotar é um ato de nobreza, magnânimo, que sintetiza a generosidade e a bondade do adotante. Mas precisa ter responsabilidade, dedicação e uma certa experiência ao adotar determinados cães.No entanto, existem pessoas que possuem expectativas ao adquirir um cão: trabalho, guarda ou simplesmente por opção pessoal. Nesse caso existem raças que irão corresponder melhor ao que se espera de um companheiro.

O adotante provavelmente possui um espírito magnânimo superior quando não adota apenas para economizar. Pouca gente fala isso, inclusive nos abrigos que procuram (salvo raras exceções) encontrar um LUGAR e não uma PESSOA, para o cão. Conheço vários criadores que deixaram de vender seus cães para pessoas que possuíam uma expectativa completamente diferente daquela raça, porque depois duas coisas poderiam ocorrer ou o abandono ou o cliente se sentiria enganado.

Conhecer o padrão da raça ajuda, mas não garante a estabilidade emocional e comportamental do cão. Cada indivíduo possui características próprias e raça proporciona um standard de saúde, comportamento e temperamento sujeitos a alterações que o ambiente venha a trazer.

Na adoção ocorre o mesmo, no entanto seria interessante conhecer o histórico do cão adotado e também o perfil do adotante, bem como sua experiência com animais. Lamentavelmente os politicamente corretos das redes sociais pregam o adoção como solução simples e não é bem assim.

Certamente encontrar um cão adotado que corresponda as expectativas é perfeitamente possível e existem milhares de histórias de adoção com sucesso. Assim como existem milhares de casos de pessoas que compraram cães de raça e tiveram que doar pois não tiveram boas experiências. Não existe verdade absoluta quando se trata de indivíduos, ambientes e subjetividades.

Para mim é preciso respeitar as opções de quem compra ou cria, estimular adoções com responsabilidade, pois no final apenas uma coisa vai prevalecer: O amor incondicional do cão que foi escolhido.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

4 Vidas de um cachorro. Romance Canino e Espírita.

Narrado pelo próprio cão, o livro traz pontos de vista interessantes da interação canina.


          Quem nunca desejou conversar com o seu cachorro? Não uma simples conversa, mas se comunicar de maneira humana e saber o que ele pensa, o que ele quer e entender o porque de suas reações e comportamentos estranhos à nossa compreensão?
          Claro que o Livro "4 Vidas de Um Cachorro", escrito pelo americano Bruce Cameron não vai realizar esse desejo quase secreto de todos os donos de cães, mas certamente pode ajudar a mudar a perspectiva da relação homem - cão.
          O livro é um romance meio que espírita (para quem acredita em reencarnação) narrado pelo próprio cão. Seus pontos de vista são interessantes e particularmente desafiadores para quem  conhece um pouco de comportamento canino. Devido as aventuras enfrentadas pelo personagem, confrontamos o ponto de vista humano e ótica do cão em situações vividas em conjunto.
          Longe de ser um livro revelador ou científico, talvez essa história sirva como exercício interativo e nos leve a buscar uma melhor comunicação com nossos cachorros, desde que possamos admitir que, para entender um cão, temos primeiro que ser claros e transparentes o suficiente para que ele entenda o que queremos.
         Influenciado pelo Cesar Millan, Bruce Cameron  fala muito da energia emanada pelo ser humano e captada pelos sentidos dos cães. O medo, raiva, frustração, amor, alegria e preocupação dos humanos personagens do livro, são bastante explorados pelo autor.
         Diariamente muitos desses sentimentos são transmitidos por mim e por você de maneira inconsciente (ou intencional) aos nossos cães e suas reações frente a essas energias podem estabelecer as bases de nossas interação. Afinal podemos esconder ou fingir sentimentos para outros humanos, mas somos incapazes de fazer isto com cães.
         Mas o que faz esse livro ser diferente dos outros livros e histórias sobre cachorros é a questão do "propósito da vida do cão", ou seja, por que os nossos cães estão nas nossas vidas, além da função de guarda, trabalho ou companhia, o que realmente faz essa vida tão peculiar, participar e mudar nossos destinos proporcionando  experiências tão diferentes?
          Cada pessoa tem uma teoria ou uma história de vida para essa pergunta, mas sem dúvida, só mesmo nossos cachorros sabem exatamente a resposta.
          Para finalizar, esse livro não é leitura obrigatória para quem gosta de cães, mas quem não ler está perdendo uma boa oportunidade de interagir de modo diferente com o mundo canino. Menos científico e mais espiritual.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sexto sentido dos cães. Você acredita?

O seu medo ele percebe. 

Segundo o autor do livro “Comportamento do cão”, Desmond Morris, não há nada de sobrenatural nas sensibilidades caninas. Todas podem ser explicadas por mecanismos biológicos. 

Veja alguns fatos que são desmistificados por Morris


Os cães podem encontrar o caminho de casa, mesmo estando muito longe e em terrenos que não lhes são familiares? 

Esta é uma qualidade partilhada com os gatos e com outras espécies animais. Parece ser baseada na apreciação de sutis diferenças e mudanças no campo magnético da Terra. Esta capacidade pode ser anulada pela presença de ímãs potentes, o que permite ao autor afirmar que não se trata de uma fantasia. 


Os cães são capazes de pressentir tremores de terra e tempestades? 

Quando uma tempestade está iminente, começam a ficar intensamente alarmados, ofegando e correndo por toda a casa, começam a ganir e a tremer. A sua aflição aumenta com os trovões, mas isto também se observa algum tempo antes da trovoada estar para começar. Esta sensibilidade é um reflexo às alterações da pressão atmosférica e, possivelmente, também às alterações do nível da eletricidade estática. No caso dos terremotos, as pequenas movimentações anteriores ao tremor são percebidas pelos cães.

E quanto aos donos que afirmam que os seus cães "viram um fantasma"? 

Quem tenha experimentado um momento em que seu cão olha para o “nada” rosnando e latindo insiste em dizer que o cão “viu um fantasma”. Provavelmente, o que aconteceu foi o cão ter detectado um sinal de cheiro particularmente forte, não de outro cão, mas de outra espécie animal. A estranheza de tal cheiro e o seu poder, no sensível nariz do cão, é o suficiente para provocar tão potente reação. 

Cães podem avisar a morte iminente de alguém?

Antigamente existia uma superstição que dizia que o choro anormal dos cães era um aviso de morte iminente e a premonição de uma desgraça. Acreditava-se que o cão possuía poderes sobrenaturais, que lhe permitiam prever o futuro, especialmente quando se aproximava alguma calamidade. Dessa forma o cão nunca era culpado pelos acontecimentos catastróficos, ou visto como uma criatura perversa (graças a sua associação com a morte). Pelo contrário, era considerado como o melhor amigo do homem, por tentar, desesperadamente, avisar os donos do perigo iminente. 

Superstição é humana e não canina

Segundo a sondagem realizada nos Estados Unidos da América pela Associated Press e Petside, 72% das pessoas afirmaram que os seus cães têm um sexto sentido que lhes permite prever mau tempo, terremotos ou tempestades, 44% afirma também que os seus cães têm um sexto sentido para más notícia. Em contrapartida, apenas 66% dos donos de gatos afirma que os mesmos conseguem pressentir o mau tempo.


A Versão Espiritualista

O pesquisador Justinus Kerner, que registrou em livros as experiências vividas pela famosa vidente de Prevorst. Por mais de um ano, a senhora via em sua casa uma aparição, relatando em pormenores sua feição, trejeitos e gestos. Pois cada vez que a vidente anunciava a presença da aparição, um cachorro galgo, pertencente à família, agia de modo a fazer supor que também via o espírito. O animal olhava fixamente para o vazio, gania e corria para se esconder entre as pernas das pessoas presentes, como se pedisse proteção, gemendo lastimosamente. Desde o primeiro dia que o cão viu a aparição, passou a evitar ficar só durante a noite! Essas e muitas outras histórias de cachorros, gatos, cavalos e outros bichos sensitivos foram relatadas por Ernesto Bozzano, em Os animais têm alma?.

Ciência e sobrenatural.

Recentemente, outro cientista, doutor Rupert Sheldrake, respeitado pesquisador da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, tem reunido uma série de casos que provam que os animais apresentam um sexto sentido. Ele registrou a capacidade de determinados cachorros perceberem quando seus donos decidem voltar para casa estando a quilômetros de distância, provando a telepatia animal. Suas pesquisas estão reunidas no livro Cães sabem quando seus donos estão chegando.

Cada um que acredite naquilo que lhe convença. Eu não acredito em pessoas com sexto sentido, muito menos em animais.










sexta-feira, 11 de março de 2011

Iditarod no Alaska: Esporte ou Maus-tratos?

Somente cães saudáveis, treinados e adaptados ao ambiente podem concorrer




Imagine um competição com Homens e animais juntos em busca de um resultado numa corrida disputada o tempo todo na neve: Iditarod Trail. É a tradicional corrida de trenó com cães, que cruza o Centro-Sul de Anchorage, no Alaska, e vai até a costa ocidental da cidade de Nome, próximo ao Mar de Bering.

É o maior evento de cães de trenó no mundo.A corrida tem cerca de 1.150 milhas (mais de 1.850 km) de distância e as equipes - formadas por condutores e por 12 a 16 cães - devem enfrentam montanhas, rios congelados e florestas densas. Isso tudo com temperaturas muito abaixo de zero. Os fortes ventos podem causar até perda total de visibilidade após longas horas de subidas e descidas em um cenário de pura neve. São, em média, 10 a 17 dias de competição.
Os condutores usam táticas diferentes de corrida e de alimentação dos cães. Umas equipes escolhem correr durante o dia e outras à noite. Cada time segue a sua agenda de treinos e suas estratégias para vencer. Ao contrário do que a grande maioria pensa, não são só os cães da raça Huskie siberiano que competem no Iditarod.
Muitos mestiços também participam do campeonato. Uns cães até são misturados com lobos. A primeira corrida aconteceu em 1925, com moradores locais percorrendo esse caminho para salvar vidas após uma devastadora epidemia de difteria que aconteceu na cidade de Nome.
Devido às más condições do tempo aviões não podiam chegar até a cidade para entregar o soro e veículos não alcançavam a cidade por terra. Para salvar a cidade mais de 150 cães de trenó foram recrutados às pressas para entregar o soro, eles percorreram uma distância de 1054 Km em 5 dias de Anchorage até Nome. Hoje, a competição faz parte do calendário oficial de eventos dos Estados Unidos.
A corrida de cães em trenós Sled Dog Race Iditarod é muito criticada por organizações de proteção aos animais como o PETA, que apontam o tratamento desumano dado aos cães na competição, em que muitos deles não chegam vivos até o final. No entanto, a preocupação com a saúde e o bem estar dos animais é muito grande.
Entre Anchorage (início) e Nome (final da corrida) existem 26 check points, onde os cães são inspecionados, qualquer sinal de doença, fadiga ou problema de saúde o cão deve ser retirado e não pode ser substituído por outro. Caso o Musher (condutor) chegue a um check point com um cão a menos, ele é sumariamente desclassificado. Abandonar, sacrificar ou maltratar os cães é passível de eliminação definitiva da corrida, não podendo mais competir na categoria.
Cerca de 100 veterinários são espalhados pelo circuito e os cães retirados são levados de volta de avião para Anchorage, onde são tratados nas clínicas montadas com esta finalidade e depois devolvidos aos donos. Portanto existe uma grande bobagem propagada pela PETA.
Nenhum Musher quer se livrar de seus cães, pois um cão a menos representa menor chance de vitória. O relacionamento entre os melhores mushers com seus cães tem que ser, obrigatoriamente, de respeito e o desempenho baseado em treinos e comandos que visem a melhor performance do conjunto.
Um idiota que não possui liderança e respeito dos cães, não sairia do lugar com seu sled e a violência não é admitida pelos fiscais de prova que acompanham os concorrentes por todo o circuito.
Quem quiser conhecer melhor a história, regras, circuito e participantes entre no site oficial da corrida: www.iditarod.com

Trecho percorrido pelas equipes no Alaska




sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Não imite o César Millan

Buscar ajuda profissional evita mordidas

     A pedido de um amigo fui a casa de um ex-feliz proprietário de um Dalmata de 1 ano e meio, assíduo espectador do "Encantador de cães" César Milan. Esse amigo do meu amigo me recebeu dizendo:
     - Eu fiz tudo certinho, do jeito que o César falou e mesmo assim ele me mordeu!
Precisei entender melhor o que ele quis dizer com "tudo certinho" e descobri que o Dalmata em questão estava cada vez mais possessivo com comida e brinquedos, latindo e ameaçando morder quem se aproximasse de um frango de borracha ou de sua vasilha com ração.
     O dono, cheio de inspiração, resolveu colocar em ação o que tinha visto no programa. O resultado eu já contei no começo do texto. Ao tentar persuadir o cão a dar espaço o dono foi "reivindicando o território" e a mordida na mão direita foi inevitável.
     Eu disse a ele (que não gostou muito) que o mais importante do programa ele não havia aprendido: O aviso repetido diversas vezes para não tentar fazer estas técnicas em casa, sem a ajuda de um profissional. E lembrei que em muitos episódios o próprio César Millan leva mordidas de cachorros que está tentando reabilitar.
     Apesar da doçura e da imagem que temos dos dalmatas de Walt Disney, a origem desse cão, conhecido como cães de carruagem, era de guarda e trabalho. Com o passar dos tempos e da popularização da raça o temperamento forte foi suprimido e tornou-se um cão de companhia. Portanto precisa ser respeitado e lembrar-se que todos os cães poder trazer a tona seu lado instintivo, desvios de comportamento e agressividade em certas situações. Alguns cães são separados precocemente da mãe e dos irmãos que não aprendem a socialização natural. Esse período de pelo menos 60 dias é fundamental na construção do temperamento canino.
     Entender a linguagem corporal, os sinais que o cão emite, os tipos de latido e o comportamento sob stress não é coisa para curioso. Se você possui um cão agressivo ou com atitude agressiva em determinadas situações e não possui experiência para resolver a situação prepare-se para o embate ou chame um profissional.
     Tudo se resolve com esforço, repetição, disciplina, exercícios e carinho. Tem pessoas que naturalmente sabem lidar com os mais diversos tipos de cão, outros os humanizam demais e aí surgem os problemas. Para resolvê-los, sem causar traumas no cachorro e eventuais acidentes é importante consultar um profissional.
     Quem está de fora enxerga melhor a relação dono-cachorro e com uso das técnicas corretas todos os problemas de comportamento podem ser resolvidos, desde que haja empenho e conhecimento para tanto.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Me perdoem os vira latas, mas raça é fundamental (Para os Chatos Politicamente Corretos)


Adotar é tudo de bom, mas precisamos ser responsáveis

 Antes de ser criticado pelo título deste post, gostaria de dizer que todo cachorro merece cuidados, ter um dono responsável  e principalmente respeito. Os vira latas não podem e não devem ser abandonados ou deixados em abrigos esperando o fim. O que gostaria de discutir hoje é adoção de animais ou a compra de um cachorro de raça.

Quem ler o que escrevi até o fim provavelmente entenderá que existem diferenças entre as necessidades e expectativas na posse responsável de um cão. Quem só leu o título me julgará um nazista da cinofilia.

Mas aqui no Brasil é assim mesmo, muitas pessoas preferem não pensar pois é muito mais fácil repetir o pensamento midiático do politicamente correto. Quando um artista da Globo vai ao Faustão e se diz protetor de animais, que cachorro não deve ser comprado e sim adotado, automaticamente o pensamento dele vira um padrão geral de comportamento politicamente correto e quem não compartilha daquela opinião se torna um pária da sociedade.


Existem muitas pessoas pregando a adoção de cães no Twitter, Orkut, e outras mídias. Mas são poucas que orientam e explicam as conseqüências desse ato. Antes de mais nada a pessoa interessada em adotar precisa fazer uma auto avaliação e saber quais as expectativas  terá daquele cão, por exemplo, companhia, guarda, trabalho. Feito isso já se sabe mais ou menos as características do cachorro que irá adotar, pequeno, grande, peludo, pelo liso, etc. 


Pesquisei, mas não encontrei estatísticas prontas, da quantidade de cães devolvidos pelos adotantes no Brasil. Nos EUA esse número chega a 33%. Aqui não deve ser muito diferente. O problema não é a devolução ou o abandono e sim o estrago que se faz com um animal quando ele não corresponde as expectativas de quem o adotou. O próximo a levá-lo irá ter mais um problema de confiança a ser resolvido.

O filhote é mais fácil de adotar, mas não menos trabalhoso que um cão adulto que não se conhece o histórico comportamental nem sua singularidade. Quem sabe educar um cão com disciplina, execícios e carinho, nesta ordem, possui todas as chances de criar um grande parceiro. A herança genética, bem como o temperamento dos pais serão herdados pelo filhote e, invariavelmente, terão que ser trabalhados os aspectos negativos e positivos desta carga.

Repito que adotar é um ato de nobreza que sintetiza a generosidade e a bondade do adotante. Mas precisa ter responsabilidade, dedicação e uma certa experiência ao adotar determinados cães. No entanto, existem pessoas que possuem expectativas ao adquirir um cão: trabalho, guarda ou simplesmente por opção pessoal. Nesse caso existem raças que irão corresponder melhor ao que se espera de um companheiro. 

O adotante provavelmente possui um espírito magnânimo superior quando não adota apenas para economizar. Pouca gente fala isso, inclusive nos abrigos que procuram (salvo raras exceções) encontrar um LUGAR e não uma PESSOA, para o cão. Conheço vários criadores que deixaram de vender seus cães para pessoas que possuíam uma expectativa completamente diferente daquela raça, porque depois duas coisas poderiam ocorrer ou o abandono ou o cliente se sentiria enganado. 

Conhecer o padrão da raça ajuda, mas não garante a estabilidade emocional e comportamental do cão. Cada indivíduo possui características próprias e raça proporciona um standard de saúde, comportamento e temperamento sujeitos a alterações que o ambiente venha a trazer.

Na adoção ocorre o mesmo, no entanto seria interessante conhecer o histórico do cão adotado e também o perfil do adotante, bem como sua experiência com animais. Lamentavelmente os chatos politicamente corretos das redes sociais pregam o adoção como solução simples e não é bem assim. 

Certamente encontrar um cão adotado que corresponda as expectativas é perfeitamente possível e existem milhares de histórias de adoção com sucesso. Assim como existem milhares de casos de pessoas que compraram cães de raça e tiveram que doar pois não tiveram boas experiências. Não existe verdade absoluta quando se trata de indivíduos, ambientes e subjetividades. 


Minha modesta opinião é que o cão de boa procedência, criado por um canil sério vai trazer mais alegrias que agruras ao dono de primeira viagem. Informando-se corretamente sobre a raça, temperamento, nível de atividade, espaço necessário e saúde, o interessado encontrará o perfil de um companheiro que fará parte de sua vida por muitos anos, com alegria e sáude. 

Para mim é preciso respeitar as opções de quem compra ou cria, estimular adoções com responsabilidade, pois no final apenas uma coisa vai prevalecer: O amor incondicional do cão que foi escolhido


domingo, 16 de janeiro de 2011

Amigo até o fim



Caramelo ficou três dias ao lado da sepultura da dona  (Foto AFP)


A história de vida de Caramelo e Cristina Maria Cesário Santana nós nunca vamos conhecer totalmente. Cristina foi uma vítima da tragédia de Teresópolis e Caramelo, um vira lata com pose de labrador, que sobreviveu ao desastre é hoje também uma vítima da catástrofe.
Provavelmente Cristina e Caramelo possuíam uma cumplicidade típica das pessoas do interior que criam seus cães soltos, sem grandes cuidados específicos, mas com uma interação verdadeira e espontânea que faria qualquer cinófilo, adestrador ou profissional se roer de inveja.
Para muitos cães seus donos são tudo e para Caramelo a Cristina significava seu mundo. Numa terra devastada, com cheiros, movimentações e a rotina completamente alterada, o cão permanecer três dias ao lado da sepultura improvisada de Cristina, me faz parar para pensar.
Cachorro pode não amar, mas se devota ao dono. A morte não separou nem diminuiu o respeito e o zelo que Caramelo nutria por Cristina, o cão estava sem ferimentos, mas muito assustado. A equipe teve que colocar uma focinheira no animal para conseguir se aproximar da sepultura e dominá-lo. Cristina se foi, mas deixou um legado, um amor incondicional, algo que a própria humanidade ainda busca alcançar. Caramelo ficou e assim como outras centenas de cães, serão encaminhados para adoção. Um vira lata especial que gostaria muito de adotar.


Comissão da Alerj ajuda animais

A equipe da Comissão Especial de Proteção Animal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, formada por oito pessoas, já resgatou mais de 180 animais em Teresópolis e em Petrópolis com a ajuda do Instituto Estadual do Ambiente e de ONGs. Os animais foram levados para um galpão no bairro Melbon, que está servindo como abrigo em Teresópolis, e para um Ciep, em Itaipava.
- Fizemos um esforço grande para que os animais também fossem colocados em situação de resgate, de esforço, porque no início ninguém estava se preocupando - alertou a Veterinária Andrea Lambert que ajuda no resgate dos animais.
Os animais estão sendo cuidados para que, passado tudo, os donos voltem para recolher seus animais. Os que não forem reclamados serão encaminhados para a adoção.
Na segunda-feira, a comissão vai resgatar animais em Nova Friburgo.
Quem estiver interessado na adoção dos animais pode entrar em contato com a veterinária pelo telefone             (21) 9632 8115       ou pelo email andrealambertvet@gmail.com.
Eu já mandei o meu. E parabéns a Pedigree que doou uma tonelada ração para ajudar as ONGs que resgatam animais.