quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Labrador - Uma raça mistificada ou em risco?

Roberto Rodrigues é, sem dúvida, um dos maiores nomes da criação nacional, especialmente da raça Retriever do Labrador. Na entrevista concedida a revista Cães e Cia de novembro/2010, o criador expressa sua preocupação com a qualidade da raça no Brasil, os males mais frequentes, principalmente a displasia coxo-femural e a falta de conhecimento do proprietário particular que não atento aos riscos, acaba disseminando a doença em cruzamentos esporádicos e aleatórios.
O grande problema é o mito do filhote. As pessoas crêem que o cão macho precisa cruzar e que a fêmea precisa ser mãe, pelo menos uma vez na vida. Um labrador normal pode gerar de 4 a 8 filhotes por ninhada e todos irão receber a carga genética dos pais, inclusive doenças e problemas de saúde ainda desconhecidos pelos proprietários que, geralmente, não fazem exames de saúde necessários a criação, mesmo que doméstica.
Resumindo, o Labrador merece ser preservado como cão  saudável, inteligente, trabalhador e prestativo. Os cruzamentos indiscriminados só contribuem para a estagnação do plantel nacional. Portanto se você possui um labrador, antes de procriar procure se informar muito bem, realizar os exames necessários, respeitar o padrão da raça e sobretudo não dar continuidade a problemas de saúde e temperamento pré existentes.


MARLEY ERA UM EXEMPLAR ATÍPICO
Muita gente que assistiu ao filme Marley e eu acredita que o Labrador é insandecido e completamente maluco. Comprado por uma pessoa sem experiência e em uma fábrica de filhotes, Marley era um exemplar atípico, fora dos padrões de temperamento e comportamento da raça, que mesmo assim encantou e fez fortuna aos seus proprietários. 
Só não se esqueçam que os abrigos e Centros de Controle de Zoonoses estão repletos de Marleys abandonados e sendo sacrificados diariamente, no Brasil e nos EUA.


ANTES DE COMPRAR UM CÃO SIGA ESSES 10 MANDAMENTOS:
  1. Considere que o seu tempo médio de vida é 14 anos. Pergunte a si mesmo e a toda sua família se todos estão de acordo, se há recursos necessários para mantê-lo e verifique quem cuidará dele no caso de viagens.
  2. Não compre por impulso. Oriente-se sobre a raça, visite canis, informe-se. Analise o tempo e o espaço de que dispõe.
  3. Outro ponto importante é ter em mente qual o seu objetivo em desejar ter um cão de raça pura. Se a opção desejada não for de criação, o ideal é castrá-lo, o que não impede que ele venha ser um excelente cão de guarda, companhia e trabalho, evitando assim crias indesejadas, além de minimizar problemas de saúde como o câncer de mama em cadelas e a disseminação de males genéticos provenientes da criação mal planejada.
  4. É extremamente importante identificar o animal através de uma plaqueta de identificação feita no centro de Zoonozes ou similar, ou ainda, através de microchip ou tatuagem, fundamental no caso de perdas ou fugas.
  5. Cuide bem da saúde física de seu amigo, não deixe de consultar regularmente o veterinário para prevenir enfermidades comuns. Mantenha sempre a vacinação em dia e nunca medique seu animal por conta própria, procedimento este que pode ser fatal.
  6. Forneça abrigo, alimento de qualidade. Cuide da higiene de seu cão. Dê banho, seque-o com secador, pois a umidade é um grande inimigo, escove-o, proteja-o da umidade e do frio.
  7. Zele pela saúde psicológica de seu companheiro. Dê atenção, carinho e ambiente adequado. Socialize-o com outros animais e pessoas.
  8. Eduque seu cão, se necessário por meio de adestramento, respeitando suas características. Estimule-o a aprender com jogos e brincadeiras. É divertido e fortalece o elo de ligação e reciprocidade.
  9. Passeie e exercite regularmente seu companheiro.
  10. Trate-o com amor e carinho. Ele realmente é o melhor amigo que uma pessoa pode ter.

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