Só falta falar! |
Os cães estão mais
humanos. Demasiadamente humanos. Com roupas e nomes de gente, vão à creche de
perua escolar, passeiam no shopping, fazem sessões de spa. De
melhores amigos foram promovidos a filhos.
Não é preciso ir mais longe: sobram evidências para o
que os especialistas chamam de antropomorfismo ou humanização -atribuir aos
bichos características e sentimentos humanos.
As hipóteses para explicar o fenômeno são muitas. A
configuração da família está mudando. Cresce o número de pessoas sozinhas e com
dificuldade de se relacionar. O contato com animais de estimação tem a mesma
função do contato interpessoal: suprir carências afetivas.
Um cão não reclama se você chegar tarde e sempre está
disposto a dar uma volta. Existe até uma piada dizendo que seu cachorro te ama
mais que sua esposa, basta trancar os dois por uma hora no porta malas do carro
e, quando abrir, quem vai ficar feliz em te ver?
Todo esse processo de
humanização, onde a pessoa esquece o lado cachorro do companheiro canino,
adornando-os com roupas, sapatos, perfumes e acessórios que criam desconforto e
incomodo aos animais, com o objetivo estético de mostrar aos demais humanos que
seu bebê cachorro é paparicado, quando na verdade é um individuo estressado e
provavelmente infeliz.
Pessoas que quando perdem
seus cachorros por doenças, idade ou acidentes, sofrem intensamente, como se
perdessem um filho ou alguém muito próximo da família. Claro que este amor
incondicional, quando recíproco, cria um vínculo tão estreito que a dor da
perda é inevitável, mesmo no caso de animais que viveram mais de 14 anos, a
idade média da maioria das raças.
A parceria homem/cão já tem
mais de 10 mil anos. Eles fazem parte da nossa vida, mas nas últimas décadas os
humanos extrapolaram o conceito de parceria e passaram a ignorar o lado canino,
valorizando mais o lado humano e artificial dos cachorros. E, para quem
trabalha com comportamento canino, são esses cãezinhos os mais estressados,
chatos e difíceis de reabilitar.
Pessoas que possuem cães de
raças tranqüilas, como Goldens e Labradores, mas que devido a tanta
humanização, tiveram experiências de agressividade, compulsão e obsessão
comportamental, levando a acidentes e mordidas que, na maioria dos casos, os
culpados são os donos.
O principal
erro que um proprietário, principalmente de raças grandes ou fortes, pode cometer é fazer de seus cães seres humanos. Nós tendemos a olhar para os nossos companheiros caninos como seres humanos pequenos. Quando, na realidade, eles são cães e possuem um processo comportamental muito
diferente.
Compaixão, piedade, pena entre
outros sentimentos é o que diferencia o homem de outras espécies.
Nas matilhas (a família original dos
nossos cães), deve haver uma ordem específica, do líder ao seguidor todo mundo tem um lugar. Os líderes são a força da matilha. Os seguidores precisam do líder para orientá-los. O cachorro tem um instinto para testar constantemente o ser (canino ou humano) acima deles, e outro instinto de serem testados pelos seres abaixo deles hierarquicamente.
O instinto natural do cão lhe diz que se não houver um ser forte no comando sua vida, a vida dele e do resto de sua matilha estará em jogo. Esse instinto primal mantém a matilha ou o cão indivíduo seguro e feliz, ou o levará a se tornar o líder do grupo
social que integra. Aí começam os problemas
AGRESSIVIDADE CAUSADA PELA HUMANIZAÇÃO
Voltando para a humanização dos cães. Quando você pensa neles como
filhos, não como cachorros, você não aprende a sua língua, comportamentos e
necessidades. Se você não entender o
comportamento do cão, como você pode reconhecer agressão do cão? Pior que isso, você não é
capaz de lidar com o problema e estará mais propenso a ignorá-lo, negá-lo e,
finalmente, se arrepender.
Um segundo problema são
pessoas bem-intencionadas tentando fornecer soluções. Há um grande número de grupos
de resgate, abrigos e pessoas que cuidam cujo mantra é "Save the
Dog", e por isso somos gratos. Mas um grande número dessas
pessoas é na grande maioria voluntário, sem as ferramentas ou treinamento para
reconhecer as diversas formas de agressão.
Nesse contexto, aos novos proprietários não terão
condições de revelar o comportamento agressivo do cão, porque, muitas vezes, só
querem encontrar uma outra casa, ou seja um lugar e não uma pessoa para o cão.
Existem outros problemas - a
criação ruim e cães reprodutores para
combate em rinhas. Estes cães, muitas vezes acabam na população em geral. Há o que chamo de "cães
de quintal" que são confinados a um quintal ou garagem sem socialização ou treinamento. Eles se tornam
super-territoriais e passam os dias latindo para os vizinhos e transeuntes. Quando eles saem, eles mordem.
Falta de treinamento também é
um grande problema. Começar a treiná-los desde
filhote pode ajudar a prevenir o comportamento agressivo ou modificá-lo antes
que os problemas se tornam hábitos
Há sempre sinais de agressão. Sempre. Rosnados, mostrando os dentes,
latindo, orelhas para trás, pelo eriçado rabo erguido e finalmente mordendo de
maneira agressiva , sãso sinais claros que o cão pode ser identificado como
agressivo. No início, os proprietários
tendem a se desculpar, dizendo coisas como: “Ele só rosna, nunca morde”. Mas o
dia virá se os sinais são ignorados.
Alguns podem pensar que seus
cães são como crianças, mas eles não são. Eles nunca serão. Vamos reconhecer isso, e então
talvez possamos começar a reduzir o número escandaloso de crianças e adultos,
bem como, que estão traumatizados, mutilados e feridos a cada ano pelo cão da
família.
Ótimo post, muitas pessoas precisam de saber disso
ResponderExcluirEu me casei e na família do meu esposo tem um cachorro de 11 anos, ele costuma ficar com raiva se brigar com ele, quando estamos na janela ele fica chorando pulando pra pegarmos ele pra ver oque estamos vendo demora quer comer quando comemos e sempre demonstra oq ta sentindo eu acho isso sinistro kkkkk, acho q está humanizado
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