terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cão Guia é Raridade no Brasil

                     Um filhote de cão-guia requer cerca de doze a dezoito meses de desenvolvimento em uma casa de criação


    Muito mais do que um companheiro de todas as horas, o cão-guia é para o deficiente visual um instrumento de locomoção. Assim como a bengala, auxilia o cego a realizar atividades do dia-a-dia, como passear na calçada, andar de metrô e ônibus, entre outras. O cachorro mais utilizado para esta função é o labrador, mas outras vinte raças também são treinadas, sendo que existe uma linhagem específica de cães-guia, ou seja: nem todo cão pode se tornar um acompanhante de deficientes.

   Existem atualmente no país cerca de 90 cães-guia, sendo que o número de deficientes visuais é de aproximadamente 1,2 milhão, segundo dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia. As estatísticas internacionais demonstram que de 1 a 2% dos deficientes visuais utilizam cão-guia, ou seja, no Brasil o número estimado de potenciais usuários seria de 12 a 24 mil pessoas.
    No Brasil, o treinamento desses cães em ONGs especializadas demora aproximadamente dois anos e custa, em média, R$ 25 mil. Contudo, existem ONGs onde as pessoas não pagam pelos animais – os cães são cedidos e, caso não sejam bem cuidados, são retirados – mas têm que aguardar na fila.
    Vale a pena conhecer e, se puder, ajudar o trabalho das seguintes ONGs:


IRIS - Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social: http://www.iris.org.br
Hellen Keller - Escola de Cães Guias : http://www.caoguia.org.br
Associação Cão Guia de Cego: http://www.caesguia-acgc.blogspot.com



Nenhuma dessas ONGs cobra pelo cão guia, no entanto, cada uma tem uma política diferente para o fornecimento do cão.O processo  de treinamento é praticamente igual em todas as escolas e se divide em três fases:
  1. Socialização: aos dois meses filhotes selecionados são adotados por famílias voluntárias que vão ensiná-los, com a supervisão do instrutor, a conviverem com os seres humanos e nos mais diversos ambientes.
  2. Treinamento: entre doze e dezoito meses, os cães retornam para a escola onde passam de três a cinco meses sob a responsabilidade de um treinador especializado que os transformará em cães-guia. É nesta fase que os cães aprendem o trabalho específico de guia.
  3. Instrução: de três a cinco semanas, o usuário aprende sobre temperamento e cuidados com a saúde de seu cão, os comandos necessários para sua utilização e a perceber as informações enquanto caminham diariamente. Também é muito importante o desenvolvimento do vínculo afetivo.
    A grande preocupação é falta de profissionais especializados no treinamento e o receio de que amadores venham atuar neste segmento, colocando em risco a vida da pessoa e do animal. Um filhote de cão-guia requer cerca de doze a dezoito meses de desenvolvimento em uma casa de criação, antes que esteja pronto para retornar às escolas de cães-guia para o seu trabalho de treinamento formal. Um criador de filhote é responsável por ensinar a um filhote cão-guia um bom comportamento em casa e em público.

    Um criador também cria o filhote para ser companheiro próximo de uma pessoa – confiar e ser confiável. O objetivo de um criador de filhote é desenvolver um filhote energético e curioso em um cão maduro, um cachorro de confiança com as seguintes características:
  • Boas maneiras em casa: o filhote é bem comportado e não irá bagunçar a casa, é quieto e calmo, come somente seu próprio alimento, e não é destrutivo.
  • Socializado com mundo: o filhote vem sendo exposto a uma grande variedade de pessoas, coisas e lugares, e aceita novas situações de maneira tranqüila.
  • Bem-viajado: o filhote fica relaxado e confortável ao viajar em todas as modalidades de transporte: carros, ônibus, trens, aviões, balsas, etc.
  • Pessoas-amigáveis: os filhotes criam um bom vinculo com as pessoas, apreciam receber um chamado verbal e gostam de ajudar.
  • Animal-amigável: o filhote é calmo e apropriado em torno de todos os tipos de animais: outros cães, gatos, pássaros, animais domésticos, etc.
  • Responsáveis: o filhote obedece a comandos básicos e é cooperativo durante vários exercícios do treinamento.

    Quem puder ajudar é só visitar os sites indicados e conhecer melhor o trabalho dessas ongs.

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